De 2017 a 2020, ano marcado pelo início da pandemia de Covid-19, o contingente de profissionais criativos no país experimentou um aumento de 11,17%. Nesse período, setores como Consumo e Tecnologia destacaram-se, registrando taxas de expansão notáveis de 20,0% e 12,8%, respectivamente. Essas duas áreas, representando cerca de 85% dos empregos formais na Indústria Criativa, foram determinantes para o saldo positivo do setor como um todo.
Os dados provêm do Mapeamento da Indústria Criativa, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e divulgado nesta terça-feira (05). Durante esse período analisado, o setor empregou 935 mil pessoas, equivalendo a 70% da mão de obra do setor metal mecânico.
A Firjan categoriza a indústria criativa em quatro segmentos: cultura (abrangendo expressões culturais, artes cênicas, música, patrimônio e artes), tecnologia (envolvendo tecnologia da informação e comunicação – TIC -, biotecnologia e pesquisa e desenvolvimento), consumo (englobando publicidade e marketing, design, arquitetura e moda) e mídia (referindo-se aos segmentos editorial e audiovisual).
Dentro dessa classificação, atividades relacionadas ao consumo (publicidade, marketing, design, arquitetura e moda) e tecnologia (TIC, biotecnologia, pesquisa e desenvolvimento) foram as que mais se destacaram. Profissões como analista de negócios, analista de pesquisa de mercado e programadores e desenvolvedores apresentaram os melhores índices de empregabilidade.
O vice-presidente da Firjan, Leonardo Edde, destaca que o crescimento expressivo desses setores reflete diretamente a expansão tecnológica durante a pandemia e a necessidade de transformação digital para aumentar a eficiência empresarial.
Os outros 15% do setor criativo são atribuídos às áreas de cultura e mídia. No entanto, ambos os grupos apresentaram quedas de -7,2% e -10,7%, respectivamente. Segundo Edde, a contração no setor de mídia é estrutural e decorre das inovações tecnológicas, alterando a produção, disseminação e consumo de conteúdo. Na área de cultura, entraves legislativos, como as mudanças na Lei Rouanet, também contribuíram para as dificuldades enfrentadas.
Ao analisar as regiões, o Rio de Janeiro destacou-se como o estado com maior influência no Produto Interno Bruto (PIB) criativo, respondendo por 4,62% dos R$ 217,4 bilhões. São Paulo aparece em segundo lugar, com uma participação de destaque de 4,41%.